Meu papagaio.

Tudo começou quando as 02h00min da madruga ela acordou querendo o “gagau” dela, a avó levantou para fazer e prontamente ela veio me acordar “mamãe, mamãe coloca meu desenho, acorda”, eu meio zumbi fiz seus comandos. Acreditem ela só tem 2 anos mas seu poder de me dominar é enorme, ainda mais quando eu estiver dormindo. Eu tento dormir ela me cutuca, fica falando, conversando, eu digo para ver seu desenho, ela cansa de mim, levanta, vai pular na cama, não cansa, eu cochilo, acordo, sonho, me assusto, mais ou menos 3 horas depois ela cansou, mas não quis dormir ficou assistindo desenho até adormecer, eu e sua avó já dormíamos há algum tempo.
Chego do trabalho mais ou menos 12h40min correndo para almoçar e levá-la a escola já que venho andando agora chego suada e ela olha para mim “tá molhada mamãe?”, só posso responder, “sim filha, mamãe está”. Quando estamos na metade do caminho ela não resiste e pede “mamãe colo”, eu digo “La, vamos andando, falta só mais um pouco”, mas ela insiste, “não, colo, vamos conversando”, e aquilo me instiga, a carrego, aqueles 14 kg (pesados a ultima vez há algum tempo creio eu que já aumentou) doem a minha coluna problemática. Fomos conversando sobre o bairro, quanto tempo eu moro aqui, ela me ouviu, deu risada, foi engraçado e especial.
Na hora de buscar lá vem ela com suas marias chiquinhas balançando e em uma mão uma almofadinha com dizeres lindos e uma foto sua que a escola fez e na outra uma garrafinha plástica personalizada por ela toda fofa, com uma mensagem dentro rabiscada por ela, acredite esse rabisco disse muito. Lá fui eu boba, babando, disse a ela “vamos comprar um presente para mamãe dar a sua avó?” e lá foi ela me dando a mão, sorrindo, me olhando com aquele olho preto, mas um olhar sincero, fomos correndo, brincando.
Ao chegar em casa ela já entra falando para empregada “estou morrendo de fome”. Mas antes foi tomar banho e eu fui a minha suíte fiquei a ouvindo conversar com a empregada e achei tanta graça. Ela não queria tomar banho, mas mesmo assim foi, quando a água caiu ela disse “aiii que banho gostoso”, eu rir e disse “tá gostoso Lá?”, “ai mamãe tá gostosoooo”, que sinceridade fofa. Para espanto vira “to mijando”, depois “fiz cocô na escola”, abafa o caso.
Então pensei como sofrer por ela vale a pena, viver em função disso é magnífico, é valido. Quem não valoriza que está perdendo. Lara, meu papagaiozinho, o pequeno grande amor da minha vida.