Odeio futilidade!

Ontem a noite estava eu encostada a uma grade conversando com um amigo, enquanto ele falava comecei a observar as pessoas que estavam conversando no pátio da faculdade, costumo fazer muito isso, então algo me chamou a atenção. Lá estava ela, magra, usava uma calça jeans colada, um body preto (aquele colam), com um colete de lantejoulas douradas, um sapato super alto, parecia ser de veludo, estava segurando uma bolsa bem pequena na mão, ela conversava com uma amiga, era hora do intervalo ela havia subido da aula. Enquanto o mundo rodava eu fiquei pensando o que leva um ser humano a sair de casa com uma roupa dessas em plena terça-feira? Ai mediocremente olhei para mim, calça jeans meio surrada, escolhi umas das mais velhas já que era para ir só a faculdade, mas ela fica massa no meu corpo, peguei uma rasteirinha de couro laranja, achei fashion, para quebrar o preto da blusa básica que eu coloquei, meio folgadinha, meu bolsão a tira colo, mas eu tenho tanta coisa para colocar na bolsa, não posso andar só de pose, tenho papeis infinitos, que sempre penso em arrumar, mas chego em casa tão cansada que acabo deixando para o outro dia, tem a carteira, a garrafinha para eu colocar água, o copo de abrir e fechar que deixo na bolsa caso eu ou minha filha precise, tenho caneta, chave de casa, do carro, documentos do carro, nossa tanta coisa, e olhe que não tenho celular, aposto que essa menina só tem dentro daquela bolsinha um celular e uns trocados para noite, mas que noite em plena terça? Será que eu estou muito desatualizada e teria uma balada do século ontem e ela se arrumou toda para aquilo e eu não sabia? É claro que qualquer homem que passe entre eu ou ela, preferiria ela, mas eu não quero ser comparada a aquilo, eu não devo ser comparada a aquilo, eu não sou programada a perfeição, eu fui programada pra vida, então não comparem. Imagine ontem eu estava tão cansada que cheguei à faculdade e não passei das escadas, a minha sorte foi ver minha turma descendo de volta e me avisando que a professora não tinha ido, pareci sorte do destino, ai eu vejo uma barbie falsificada, que deve passar o dia todo na academia, salão, estética, etc., que se arruma para ir à faculdade como se fosse a uma balada, fico pensando o que se passa dentro da cabeça dela, ou melhor, passa algo lá dentro? Com isso tudo só cheguei a uma conclusão, eu não nasci para ser a mais bonita, a que vai arrasar nas baladas, nem a que vai chamar atenção dos homens, não vou ser lembrada pela bunda, ou pelas roupas de arrasar, não vim para fazer a diferença com o corpo, vim apenas para fazer a diferença com a alma. Um bom dia para todos vocês, beijos.



P.S: Eu já falei a vocês o quanto minha mãe é maravilhosa? Enquanto eu fazia vários trabalhos de motorista para juntar um dinheirinho para comprar a balança, ela chegou ontem a noite e me deu uma de presente. Agora sim está tudo OK para seguir todos os meus desafios.